terça-feira, 30 de março de 2010

Estranho Momento


Estranho momento é aquele em que nos deparamos com uma verdade que estava o tempo todo diante dos nossos olhos e nós fingiamos não ver, ou ao menos não queriamos ver, e mais cruel ainda se torna ao nos fazermos notar que era sim muito pior que se imaginou, que se ouviu, que se aconselhou e dos conselhos e denúncias se desdenhou.

Aquele anjo, aquele sorriso, aquela leveza;

Aquela mentira, aquela máscara, aquele aviso, aquilo tudo é tudo saco de lixo

O encanto era de vidro antes do tempo se quebrou, no sorriso frágil e na face de arrependimento uma doença habita.

Na beleza magistral e no sorriso uma mancha, nas lágrimas o veneno, na saliva arsênico, ela é assim, uma sedução fatal, não da pra se chamar de anjo mau.

Como pode algo podre cheirar tão bem, como pode algo tão falso ser tão real, mente perigosa? Ou simplismente satisfação em ser notada? Vista? Aplaudida?

Com o tempo os olhos se baixam, o publico vai embora, a notória beleza caí e se deixa ver, as rosas tornam-se secas e murchas - Vede-as muchas e secas, como o crânio dela ( Noite na Taverna II Álvares de Azevedo) - os aplausos tornan-se vaias, e dos admiradores enganados torna-se merecedora de seus vomitos que é o que merece todas as lombrigas.

Agora não resta mais nada ao vê-la tão baixa, só resta PENA!


Estranho Momento - Pedro R. Peretti