sexta-feira, 27 de março de 2009

MERDA...

Ainda me pego pensando no talento que possuo que dom é esse que recebi, de alguma força cósmica ou de um Deus sé é que essas coisas existem. Interpretar um sorriso sincero enquanto o intimo da minha alma quer chorar.

Soluçar as verdades de um personagem enquanto o que eu mais queria era soluçar as minhas verdades, contar a dor do outros tendo tantas que são minhas é incrível não é? Mostrar tudo o que você pode ser, mas não é, amar quem você não ama, e contar uma piada sem rir enquanto tudo dentro de você ri.

Falar de lugares, coisas que não conheço ou conheci, com a veracidade de quem conhece, é mais do que qualquer coisa que se possa imaginar, é mágica, é explosivo.

Olhar para um rosto da platéia e ver ali uma lagrima, um sorriso que seja, mas que fui eu quem causou; ouvir uma vaia, uma critica, mas com a certeza de que dei o melhor de mim se alguns não gostaram, outros certamente aplaudiram e aqueles que criticaram em algum momento também vão me aplaudir, pois vou fazer melhor, vou crescer, vou tentar, vou experimentar fazer diferente.

Quero ouvir no tablado o som dos meus sapatos percorrerem o teatro ainda vazio e depois quero ouvir os burburinhos da platéia enquanto o som dos meus sapatos some no meio das pessoas. Quero sentar-me no meio fio em frente ao cinema e ouvir os comentários das pessoas sobre o filme no qual fiquei meses gravando e sentir a sensação de trabalho cumprido. Nos intervalos das gravações sair à rua e abraçar aqueles que gostam do meu trabalho, e ouvir de alguém que não conheço “poxa que cena bonita” e acenar com um sorriso dizendo “obrigado”.

E no final de tudo isso, chegar a casa, tomar uma fumegante xícara de café, com um pijama bem longo desses listrados sentar na poltrona preferida com uma pilha de roteiros para serem escolhidos, um bom texto para ser decorado, e a companhia daqueles amigos da faculdade ligando para contar sobre o espetáculo em que vai participar, do filme que acabou de rodar, ou da proposta de novela que recebeu. Rir do que aconteceu e ainda fazer planos para o que virá. Lembrar da formatura, olhar aquela foto do primeiro dia de faculdade, se abraçar e dizer: Eu consegui! Eu cheguei lá!

sábado, 21 de março de 2009

Momentos a sós

As dores que invadem a alma, queimam os olhos, sangram o corpo e abrem feridas, feridas estas que cicatrizam mas nao saram; estao sempre prontas para lembrar o quão só estou. A solidão na multidão.
Será que sou amigo de mais dos meus amigos? Sinto que sou muito intenso nos meus sentimentos e nem todos conseguem ser tão intensos quanto eu. Queria conseguir arrancar essa dor, me isolar do mundo, nao sonhar, não desejar, afinal é tão mais facil viver sozinho. Estou tão cansado, tão dolorido, nao quero mais sorrir tanto, quero chorar minhas dores, quero gritar verdades.
A insegurança que tanto odeio nos outros é o sentimento que esta vivendo em mim, ou então é esta ferida que esta aberta e me assombra com tamanha melancolia.
Quero mudar, nao quero mais falar o que os outros querem ouvir, nao quero que digam o que pensam o que estou pensando.
Nao renego minhas origens, renego o que não gosto, renego dezoito anos de uma vida que nao vivi e sim que sobrevivi, contudo existem pessoas que parecem tere prazer em me lembrar desta ferida que ainda está aberta e que é a que mais doi.
Pedro Rafael Peretti

terça-feira, 17 de março de 2009

Monólogo das Mãos

Aos meu amigos que tantam pediram por este texto ai esta para todos:

Monologo das mãos de Odulvado Viana escrito para Procópio Ferreira, parte integrante de O Vendedor de Ilusões!

Para que servem as mãos?

As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever..

A mão de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário; Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena; foi com as mãos que Jesus amparou Madalena; com as mãos David agitou a funda que matou Golias; as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos gladiadores vencidos na arena; Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência; e assim a imagem de nosso senhor Jesus Cristo pregado na cruz nos persegue vida a fora como imagem de morte e gloria, tanto que os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!

E com as mãos assim acaricia-se, trazendo para mais perto o corpo da pessoa amada, mais perto do amor, mais perto do sexo e de repente ela se torna em repulsa, horror, terror e com medo ela se protege, não, por favor não. Minha culpa? Minha culpa minha máxima culpa, Eu juro!

Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram. A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir; o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar; o honesto trabalhar e o viciado jogar. Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba! Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!

As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva. Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor. Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.

O autor do "Homo Rebus" lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida; a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem. Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas. A mão aberta, acariciando, mostra a bondade; fechada e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada a pena e a cruz!

Modela os mármores e os bronzes; da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza. Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza; doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos. O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade. O noivo para casar-se pede a mão de sua amada; Jesus abençoava com a s mãos; as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.

Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar. Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias. E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem. Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.

E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.

E as mãos dos amigos nos conduzem...

E as mãos dos coveiros nos enterram!

domingo, 15 de março de 2009

Vida

As paginas de nossas vidas são escritas com AMOR, PAIXÃO;

Encontramos inimigos, barreiras, mas com suor, luta e amigos viramos essas paginas.

Escrevemos novas com muito mais emoção.

Cada ano é um capitulo, cheio de emoções, cheio de lagrimas, de saudades.

Saudades do que era bom, e do que era mal também,

A vida nos da amigos com os quais podemos contar!

Sonhos, amores, paixoes, amigos, familia nos ajudam a compor as paginas dessa história, que ninguém sabe o final!

um texto de Manoel Carlos