O Medo

A história é a seguinte, o momento que começamos a morrer em vida, quando começamos a nos matar para evitar o sofrimento dos outros e o nosso próprio sofrimento. Por que não sofrer? O sofrimento é bom não é? A vida sem sofrimento seria muito chata, tão monótona.

Pra que dirigir a vida como se estivéssemos debruçados sobre um tabuleiro de xadrez, perder o gosto pela travessura o prazer tem que ser completo! Nada de uma vida muito arquitetada, muito intelectual. Pra mim, isso é sem graça, completamente sem sal, gosto de momentos passionais, tenso, nervoso, com ataques cardíacos, com roupantes.

Tentar não magoar alguém é inútil, de alguma forma acabamos magoados, então é bom magoar pra valer, que haja um verdadeiro motivo e não hipóteses, hipóteses são chatas, assim como as pessoas inteiramente boas, qualquer um se irrita em menos de dois segundos com um discurso de frases feitas, lições de moral, ou como é correto viver.

Não vamos viver corretamente porra nenhuma, vamos viver por todos os atalhos que aparecerem, e se eles estiverem escuros, melhor, ninguém vai ver o que estamos fazendo, chega de viver considerando... Agora...

To dizendo...

é isso????

É tão difícil continuar, saber até onde ir, quando parar e... Se continuar? Como continuar?

Como conviver com a angústia e a felicidade; a certeza e a dor? Esses momentos que fazem a respiração ser ofegante e de uma hora para outra se tornar frágil, indiferente, morta.

É isso que é desconcertante, não saber como dirigir a própria vida viver nela como em um carro desgovernado, que por mais que você freie, por mais que você mude as marchas e ele não obedece-se, os sentimentos são assim, incontroláveis, ou é melhor deixar pra lá.

Não... Ou é isso ai?

Como seguir...

Como seguir, qual o mistério de escrever, em que momento a inspiração surge, na dor? na alegria? na paixão? Parece-me hoje que inspiração evacuou de meus pensamentos e de meu corpo é como se estão vendo? Procuro palavras para escrever e não as encontro.

Seria pq estou vazio de emoções? Ou pq meu ser está preenchido de um sentimento só? Que corre o meu corpo todo, que usa de todas as minhas energias e não deixa espaço para qualquer outra?

Seria possivel que tantas perguntas tenham respostas a não ser a angustia de um silêncio?

Talves seja melhor se contentar com um contentamento descontente... ou simplismente seguir vivendo esperando... esperando... por uma resposta... por uma solução... por um caminho... por algo que talvez jamais virá!