terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Casa esta caindo...

Paredes brancas, portas morons, janelas metalicas, tetos com nós...
Era tão divertido deitar na cama, olhar pro teto e contar quantos nós de madeira tinha no teto, ou os desenhos que lá se formavam, tinha um bebê encolhido, e uma mulher orando, e quantas outras imagens que não consigo lembrar agora, mas são imagens que ficam guardadas na mémória, afinal lembranças são coisas que estão vivas dentro de nós, não em fotografias ou cartas.
Cresci olhando aqueles desenhos, trancado entre aquelas paredes, me protejendo da chuva, do sol, das pessoas, de tudo o que não gostava, quando sentia medo me encolhia, me cobria com o edredon e parecia que nenhum mal me atingiria... tolice, ilusão? Confiança.
A tanto tempo longe disso tudo, dessas paredes, dessa cama, desses nós... mas estranho a coberta ainda anda comigo, parece que ela esquenta mais que as outras. Será que vai ser triste ver essas paredes virem a baixo? Ou será que é um marco de um recomeço? Tudo novo?... Me parece melhor derrubar tudo, do que ver outros ocupando um espaço que era seu, que é da suas lembranças. Não me parece justo que outra pessoa viva coisas novas, onde eu vivi as minhas.
Pareco possessivo? Apegado a bens materiais? Mas não falo dos tijolos falo do que esta vivo e ninguém vê. Quero ver da janela mais alta, o vazio que se erguera no espaço...

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